Sete vezes
"Sete vezes desprezei a minha alma:
A primeira vez, quando a vi submeter-se,
para poder almejar às alturas.
A segunda vez, quando a vi coxear
perante os aleijados.
A terceira vez, quando lhe foi dado
escolher entre o difícil e o fácil...
e ela escolheu o fácil.
A quarta vez, quando cometeu um erro
e se reconfortou com o facto dos outros
também errarem.
A quinta vez, quando se retraiu por fraqueza,
atribuindo à força a sua paciência.
A sexta vez, quando desprezou a fealdade
de um rosto, não se apercebendo que se
tratava de uma das suas máscaras.
A sétima vez, quando cantou uma canção
de louvor e acreditou que isso era uma virtude."
...
Kahlil Gibran, in "Sand and Foam"